Filme Nacional Copa de Elite que satiriza os grandes filmes nacionais atenuou algumas piadas com medo de processos e evita conteúdo político.

“Quantas crianças teremos que perder para o tráfico só para um playboyzinho acender seu baseado?”; “Não é criança, não, capitão. É um anão!”

“Este homem é um grandissíssimo filho da p… (som de microfonia) Pátria! É um filho da pátria!”

Com estas e outras piadas no melhor estilo “Zorra Total”, chega às telas dos cinemas nacionais a comédia “Copa de Elite”. O filme, estrelado por Marcos Veras, Júlia Rabello e Rafinha Bastos, é uma tentativa de reproduzir aqui um gênero popularizado por Hollywood nos anos 1980 e 1990: a paródia de grandes sucesso do cinema, como “Todo Mundo em Pânico”, “Aperte os Cintos que o Piloto Sumiu”, “Top Gang”, entre outros.

No caso brasileiros, os alvos são as grandes produções nacionais, como “Tropa de Elite”, “Nosso Lar”, “Se Eu Fosse Você” etc.

Aqui, no entanto, o longa se apropria de um tipo de humor bastante explorado na TV: baseado em estereótipos e nas chamadas “piadas de salão”, aquele tipo de anedota ingênua, que tenta por todos os meios não ofender o objeto da sátira, exceto que ela seja uma minoria.

Mayra Lucas, produtora do filme, contou durante entrevista coletiva que o tom atenuado das piadas foi para “fugir de problemas”. “Durante a produção, fomos avisando os colegas diretores que iríamos fazer sátira. O José Padilha tirou um sarro. Disse: ‘Ah, vão ganhar uma granas às minhas custas, né?’ Mas autorizou numa boa. Agora teve gente que não entendeu a piada e não autorizou. Porque a paródia é amparada por lei, mas a ofensa não. E esse limite é muito subjetivo. A gente foge de problema. De repente alguém se ofende, pede para proibir a exibição e aí vai para o lixo todo um investimento. A gente retrocedeu muito na questão do humor no Brasil.”

“O brasileiro ainda se leva muito a sério”, ironizou Rafinha Bastos.

Nem todo mundo. O ator Bruno De Luca, que interpreta a si mesmo no filme, topou numa boa. Com fama de chato nas redes sociais, aceitou fazer piada disso. “A participação de Bruno De Luca é uma vitória para o humor brasileiro”, festejou o protagonista Marcos Veras.

“Acho que ele não entendeu a piada. Deve ter pensado: ‘Nossa, que grande homenagem!'”, brincou novamente Rafinha.

Política e Copa

Outro aspecto de “Copa de Elite” que chama a atenção é o fato de o filme não aproveitar o atraso nas obras da Copa do Mundo para fazer piadas de cunho político.

O diretor Vitor Brandt disse durante o lançamento que nunca foi intenção fazer sátira política. “A gente nunca teve a intenção de tomar partido, tentamos ir na linha dos grandes filmes de paródia, mas sem copiar cenas.”

“Acho que tudo tem um momento para começar. Dez anos atrás não seria possível fazer sátira do nosso cinema porque não havia produções suficientes. Agora temos”, pondera Marcos Veras, que afirma não haver limite para o humor.

“O que existe é o limite para o que é humor. Então, ofender e dizer que estava fazendo humor é desculpa esfarrapada de comediante que não sabe fazer a coisa. Ao mesmo tempo que a gente tem que ter limite, as pessoas que são alvo de piada têm de ser mais abertas a isso.”

fonte:cinema.uol.com.br

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