A Mostra de São Paulo está de volta aos cinemas em 2021, após a última edição 100% digital, mas sem abandonar totalmente a experiência online.
A programação completa vai estar em cartaz entre os dias 21 de outubro e 3 de novembro no tradicional circuito alternativo da capital paulista – o maior do país para produções de arte – , que inclui os cinemas do Espaço Itaú (Augusta, Frei Caneca e Pompeia), Petra Belas Artes, Cinesesc, Reserva Cultural, Cinesala e o novo Cine Marquise (ex-Cinearte).
Os endereços da 45ª edição da Mostra, bem como a lista de filmes selecionados, foram anunciados neste sábado (9/10) por Renata de Almeida, diretora do evento, durante uma entrevista coletiva para a imprensa.
Também receberão sessões a preços populares o Centro Cultural São Paulo, o Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso e o Museu da Imigração, na Zona Leste da cidade. Além disso, o vão-livre do Masp promoverá exibições gratuitas ao ar livre.
Mas para assistir às sessões, o público precisará comprovar que se encontra imunizado contra a covid, para que as pessoas “se sintam mais seguras numa sala de cinema em que elas saibam que todo mundo está vacinado”, de acordo com o anúncio oficial. As salas terão só 50% da ocupação e o uso de máscara será obrigatório.
Quem não estiver com a vacinação em dia deverá se contentar com os títulos que serão disponibilizados em plataformas digitais – não serão todos – , incluindo a Mostra Play e os serviços parceiros Sesc Digital e Itaú Cultural Play.
Entre os filmes confirmados estão destaques dos festivais europeus deste ano, como o vencedor da Palma de Ouro de Cannes, “Titane”, da francesa Julia Docournau, e do Urso de Ouro de Berlim, “Má Sorte no Sexo ou Pornô Amador”, do romeno Radu Jude. A lista também inclui outros títulos premiados de Cannes como “Annette”, do francês Leos Carax, “Noche de Fuego”, da salvadorenha Tatiana Huezo, “Memoria”, do tailandês Apichatpong Weerasethakul, e “Murina”, da croata Antoneta Alamat Kusijanovi
O cinema nacional também estará bem representado com obras de trajetória internacional, como “Bob Cuspe”, de Cesar Cabral, premiado no festival de animação de Ottawa, “Deserto Particular”, de Aly Muritiba, premiado no Festival de Veneza, “Marinheiro das Montanhas”, de Karim Aïnouz, exibido em Cannes, “Medusa”, de Anita Rocha da Silveira, premiado em San Sebastián, além da première mundial de “A Viagem de Pedro”, de Laís Bodanzky, a exibição de dois documentários sobre o cartunista Ziraldo, que assina a arte do cartaz da Mostra deste ano, e o lançamento de um documentário sobre a tragédia epidêmica brasileira, “SARS-CoV-2 / O Tempo da Pandemia”, dirigido pelos irmãos Eduardo e Lauro Escorel – foto deste post.
Como faz tradicionalmente, a Mostra terá homenagens a realizadores importantes. Este ano, o diretor português Paulo Rocha terá uma retrospectiva com seus filmes e a atriz e diretora brasileira Helena Ignez receberá o prêmio Leon Cakoff.
Serão exibidos ao todo 265 filmes de mais de 50 países. O número é maior que o disponibilizado no ano passado, mas bem menor que no período anterior à pandemia e – de forma até mais significativa – ao governo Bolsonaro. A lista completa pode ser conferida no site oficial do evento: 45.mostra.org.
Veja abaixo a íntegra da entrevista coletiva e o pôster oficial da 45ª Mostra de São Paulo.
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