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Nos últimos 15 anos, a Okna desenvolveu um papel importante como produtora audiovisual que trouxe à tona novos cineastas para o cenário cada vez mais relevante do cinema brasileira. Com dois lançamentos importantes, “A Teoria dos Vidros Quebrados” e “A Primeira Morte de Joana”, ambos rodando a América do Sul em festivais e premiações, a produtora conta com o talento de sua fundadora, Aletéia Selonk, à frente de seus projetos.

Para saber mais sobre a sua história, e sobre como ambos os filmes estão sendo fundamentais para estimular esse celeiro de novos profissionais do audiovisual latino, o Cinema com Rapadura bateu um papo com Aletéia, que começou o papo falando um pouco sobre o início de sua produtora:

“Tem sido um prazer parar agora para fazer essa reflexão sobre a história da Okna, e parar agora, em 2021, para tomar esse fôlego é fundamental. O nome da produtora tem tudo a ver com o que ela faz: ‘Janelas’, em polonês. Desde que nasceu, em 2006, a empresa se especializou com o que sua proposta trouxe desde o início: se especializou na produção executiva e, também, criativa de novos projetos audiovisuais. Apesar de eu ser londrinense, a Okna nasceu e continua crescendo em Porto Alegre, e a minha vontade, desde o início, era de trabalhar com conteúdo original, o que hoje tem acontecido de forma livre.

Quando a gente criou a Okna, ela era posicionada como um birô de produção – hoje, o conceito já está difundido, pois, naquela época, não era comum uma empresa ser especializada na produção, sem pertencer a alguém necessariamente dos filmes nos quais se envolvia. Por isso, lá em 2006, eu queria abrir uma produtora que abraçasse projetos originais, e não estivesse ligada a nenhum profissional da área necessariamente, o que garantia à Okna mais liberdade criativa.”

Com isso em mente, é curioso o fato de uma produtora com a cabeça empreendedora como a Aletéia enxergar novos projetos a partir de suas premissas, e não como obrigações a serem cumpridas. É por isso que a empresa abraçou a versatilidade. Assim, a curiosidade foi explicada:

“É importante frisar que, hoje, o momento em que a gente está na produção do audiovisual brasileiro é, de fato, mais lento, com alguns entraves e dificuldades de a gente olhar ao longe e saber o que está acontecendo porque, nos últimos anos, a gente experimentou ter um sistema de fomento do mercado audiovisual. Felizmente, esse sistema estava andando tão bem e, claro, sempre pode melhorar, mas, estava indo em um ritmo tão bom que essas estruturas estão conseguindo, apesar das dificuldades, se manter até que tempos melhores voltem. A gente sabe que, na ponta, diversos profissionais foram afetados por esses entraves.

Assim, quando em 2006 eu falava que a Okna era um birô de produção, era porque eu fazia a produção, produção executiva, direção de produção, assistência de produção – tudo vinha de dentro da estrutura da empresa. Com o passar dos anos, como professora da graduação de cinema da PUC-RS, tive a oportunidade de ver os primeiros formados e, desde então, diversos deles, se transformar em profissionais do audiovisual. Tive a oportunidade de, pouco a pouco, integrá-los aos diversos tipos de produção que fazia, e isso fez toda a diferença tanto para a Okna quanto para os resultados alcançados desde então. Hoje, então, focamos na produção executiva e na produção criativa, que é onde podemos fazer a diferença.”

Um dos filmes recentes é “A Teoria dos Vidros Quebrados”, cuja produção é associada a outros países, e marcou a primeira comédia da produtora: 

“Esse é um longa muito especial porque é o primeiro em formato de comédia que eu produzo, o que foi um desafio e tanto desde o início. O bom é que sou muito fã do cinema uruguaio, pois os considero muito meticulosos e criativos, do roteiro e da produção, e o Diego Fernández Pujo já havia sido meu parceiro de produção antes, o que tornou tudo melhor para início de conversa, porque já conhecíamos o trabalho um do outro. Quando conversamos, ele me contou que já havia um roteiro, o qual permaneceu praticamente intacto até a produção, de tão redondo que estava.

O mais legal é que, além disso tudo, firmamos uma ótima parceria entre Brasil e Uruguai e, em seguida, um parceiro argentino se juntou à produção. A história de fronteira também é muito legal, porque toda aquela experiência dos gêneros foi explorada aqui: o projeto foi concebido para ser uma comédia em todos os sentidos, estar em todas as frases e acontecimentos, mas isso também possibilitou arcos com investigação policial, o suspense, a parte dos sonhos e tudo o que aquele roteiro muito bem escrito possibilitou acontecer.”

Por sua vez, “A Primeira Morte de Joana” marca uma nova parceria entre a Okna e a Aletéia com a cineasta Cristiane Oliveira, sobre a qual ela contou:

“A Cristiane Oliveira é um desses talentos que eu sempre digo, como produtora, que ficamos de olho, para investir e desenvolver o talento e, assim, gerar obras audiovisuais e outros produtos. Como temos parceria há anos, posso afirmar que, desde o início, ela funciona muito bem. Já dentro da Okna, tive a oportunidade de produzir um curta-metragem que ela realizou, chamado ‘Hóspedes’, e desde então não paramos mais de trabalhar juntas. Alguns anos depois, a Cristiane me apresentou a ideia de ‘A Primeira Morte de Joana’, a qual achei super interessante, e o resultado pode ser visto em tela.

Hoje, já estamos desenvolvendo o terceiro longa-metragem dela, o qual esperamos rodar no próximo ano, e já estamos desenvolvendo a ideia do quarto filme dela. Então, no caso deste filme, filmamos em 2018, em uma cidade chamada Osório, aqui no Rio Grande do Sul, e, usando o contexto de uma cidade menor, entre o mar e as montanhas, para falar sobre o crescimento dessa personagem Joana, além de trazer uma abordagem universal sobre o amadurecimento, falando de forma a atingir os adultos a partir do ponto de vista daquela jovem, e esperamos que, quando o filme for lançado comercialmente, que a gente consiga conversar com o público jovem, adolescente.”

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[Entrevista] Produtora Aletéia Selonk fala sobre processo por trás dos filmes da Okna

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