“Aranha” é um filme político, e toda a sua estrutura narrativa foi construída com base nisso, em duas épocas: anos 1970 e dias atuais. Nos tempos antigos, uma sociedade contra o sistema político chileno daquela época ganhava a forma, quando Salvador Allende venceu as eleições democráticas do país, mas foi deposto logo em seguida pelo golpe de estado de Augusto Pinochet.
Porém, quando os tempos atuais tomam conta da tela, existe uma dualidade tão universal de pontos de vista políticos que dificilmente o espectador vai diferenciá-lo da história recente dos demais países da América do Sul. Com isso em vista, o Cinema com Rapadura bateu um papo com Andrés Wood, diretor do longa, que começou o papo falando sobre a ideia de contar essa história. Sobre isso, ele falou:
“O projeto nasce a partir de algumas razões. A primeira veio em decorrência de uma greve de caminhoneiros no Chile, que se organizaram de tal forma que, em alguns casos, era possível ver o símbolo da Aranha, reconhecidamente consequência de uma organização política de extrema-direita. A partir disso, pudemos refletir sobre essa história e, com certo orgulho, construímos uma pesquisa em cima de como estariam as pessoas dessa organização, o que nos levou às suas origens, aos atos na década de 1970, e em como ela se mantém ainda hoje. Começamos a investigar os grupos, que estão entranhados no Chile em diferentes classes sociais, e vivem livres, sem consequência alguma aos atos que fizeram. Porém, outra razão forte para nós é que poderia ser uma história pessoal, que trouxesse um olhar para as gerações daquela época, hoje pais e avós, e como isso interfere na estrutura familiar, e isso também nos interessou nesse processo de pesquisa.”
Com a criação de uma atmosfera tão tensa, e fundamental para o desenvolvimento do filme, Andrés falou:
“No fundo, nós queríamos ter todo o cuidado com os detalhes dos personagens, como suas vidas, seus hábitos e roupas, aparente em tela. Itens como seu físico, a silhueta de cada um, tudo era importante para construímos uma vertente que lembrasse o (Bernardo) Bertolucci, com a construção de época, e o trio trazido à tona tem muito disso: um era idealista e não media consequências para seus atos; outro era um libertário, e queria apenas viver o momento. Assim, a construção desse realismo de época tinha como base esses aspectos, dando uma atmosfera densa, extremamente ativa e, em alguns momentos, sensual também. Por sua vez, o presente trouxe esse olhar à opulenta realidade da Inés, e como as consequências foram parar nas ruas do Chile, como a violência normalizada, a tensão de confronto com a polícia, e aqueles que se mantiveram distantes, apenas observando.”
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