Com “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” quase entregue às telas de todo o mundo, o produtor Avi Arad, 63, homem por trás do Aranha no cinema, já vislumbra o próximos caminhos do personagem. “As oportunidades são infinitas”, conta Avi de Nova York, onde cumpre, com diretor e elenco, a reta final da maratona de divulgação do longa.

O novo filme traz também pistas de que a franquia do herói no cinema deve ganhar ramificações interessantes e inesperadas, originando filmes de outros personagens que habitam a mesma esfera. “Eu sei que há a impressão de que os Vingadores ou os X-Men são mais fáceis para desenvolver um universo por causa do volume de personagens. Mas o Aranha também é. E eu sei porque já fiz isso.”

Em 1994, Avi foi um dos produtores da série animada do Homem-Aranha. Até 1998, com 65 episódios, o desenho traduziu para a TV algumas das maiores sagas dos quadrinhos do herói, reapresentando vilões sob uma nova ótica e adaptando grandes histórias do papel para a telinha –às vezes até com a participação de outros heróis da Marvel.

“Mas nosso foco é nos vilões, em Venom e no Sexteto Sinistro”, explica, referindo-se à reunião de inimigos do Aranha que o novo filme escancara de maneira nada sutil. “Eu gosto de filmes como ‘Os Imperdoáveis’, em que um sujeito que nem de longe é um herói mostra um lado bom e nobre. E um bom filme sempre ilumina um caminho para a redenção.”

Para Avi, boa parte da galeria de vilões do Aranha não consiste em personagens unidimensionais, e sim de vítimas das circunstâncias, pessoas jogadas em situações extremas, que saem delas com habilidades sobre-humanas e um freio moral danificado. “O ódio pelo Homem-Aranha é o que os une, mas essa união também é frágil”, continua o produtor. “E daí um vilão pode se tornar algo maior.”

“O Sexteto Sinistro” já está sendo desenvolvido por Drew Goddard, que dirigiu o excepcional “O Segredo da Cabana” e trabalha com a Marvel e a Netflix em “Demolidor”, a série em treze episódios do herói cego que chega às telinhas em 2015.

Já “Venom” pode sair com direção de Alex Kurtzman, que é mais conhecido como o roteirista (em parceria com Roberto Orci) de “Transformers”, “Star Trek”, “Cowboys & Aliens” e do próprio “O Espetacular Homem-Aranha 2”.

“Já temos um fio condutor deste universo para quatro filmes, o que deve me manter ocupado até meus 74 anos”, entrega Avi, empolgado. “E tudo começa no novo ‘Espetacular’, as pistas estão lá.”

Quando pergunto como ele pretende reapresentar alguns vilões que já fizeram parte dos filmes com Tobey Maguire no papel do herói, ele dá o caminho das pedras: “Está tudo na animação da TV –Jonah Jameson, seu filho astronauta. O simbionte alienígena Venom é o protetor letal, ele não quer ferir os inocentes em sua batalha com o Aranha… E ainda temos Carnificina, o Planeta dos Simbiontes!”.

Será que um filme no universo do Homem-Aranha pode, então, sobreviver sem o herói em cena? “Ah, você sabe que eu ainda não posso dar essa resposta”, diz, escorregadio.

Vingadores e Homem-Aranha
Se estas respostas ainda são guardadas em segredo, Avi não hesita em deixar claro que não está nos planos (ao menos não imediatos) juntar Peter Parker com os Vingadores (heróis cujos direitos no cinema pertencem à própria Marvel, enquanto o Aranha é da Sony).

“O Homem-Aranha é um herói solitário, não funciona tão bem quando faz parte de um clube”, diz. “Eu sei que corro o risco de enfurecer um monte de fãs, mas a verdade é que colocar o Aranha nos Vingadores não passa de golpe publicitário”.

Avi refere-se, claro, aos gibis do supergrupo de herói, que atualmente conta em suas fileiras, além do Capitão América, Thor e Homem de Ferro, o Homem-Aranha e até o mutante Wolverine. Basicamente isso deixa o sonho de ver todos os heróis juntos no cinema ainda mais distante –ainda que não impossível.

Avi, claro, sabe o que diz. E não apenas por ele ter sido um dos grandes responsáveis pela chegada fulminante dos heróis da Marvel no cinema –ele foi produtor do filme que derrubou o primeiro dominó, “Blade”, de 1998–, mas por ser também profundo conhecedor do que faz os heróis da editora tão populares, e por nutrir por eles genuína paixão.

Nos anos 90, quando a Marvel entrou em falência, Avi era dono da empresa de brinquedos ToyBiz, que comprou a editora e começou um gigantesco reposicionamento de seus personagens, colocando-os fora das páginas dos quadrinhos, em séries animadas de qualidade e, finalmente, filmes para o cinema.

De “Blade” a “Homem de Ferro”, Arad foi o capitão do navio Marvel nos cinemas, entregando o timão para Kevin Feige, que tinha nele um mentor. E ficando com as rédeas unicamente do Homem-Aranha.

O reboot do herói veio em 2012 com “O Espetacular Homem-Aranha”, que viu o diretor Marc Webb assumir o comando do Cabeça de Teia depois de uma tremendamente bem sucedida trilogia assinada por Sam Raimi.

Mas muitos fãs acharam que o novo início da trajetória do Aranha nos cinemas veio cedo demais, cinco anos depois da terceira aventura com Tobey Maguire como o herói.

“Não acho que exista hora certa para uma nova interpretação”, defende-se Avi. “E com o novo filme, isso fica mais evidente. Queríamos mostrar o Aranha com prazer em ser o Aranha, mesmo lidando com situações pesadas, ele é o herói que encontra propósito e esperança. Andrew Garfield nos novos filmes consegue um tom mais próximo ao que Stan Lee escreveu quando criou o Aranha.”

Visualmente, ele destaca que Marc Webb usou um novo diretor de fotografia – John Schwartzman deu lugar a Dan Mindel –, e isso muda a forma de capturar a cidade, as cores e o movimento do Aranha: “Filmamos tudo em Nova York e ,quando você está nas ruas, a atmosfera é diferente, tudo fica mais palpável”.

E em Nova York, seria definitivamente impossível o prédio da Oscorp dividir o horizonte com a Torre Stark? “Eu nunca digo nunca, mas eu só posso falar por mim mesmo!”, reafirma. “Eu não vejo um propósito em colocar o Aranha ao lado dos Vingadores… Faria mais sentido ele lutar ao lado dos X-Men”, diz, adicionando lenha na fogueira.

“Tudo pode acontecer, há sempre uma história para contar. Se acontecer, por mim está ótimo”, encerra, antes de apagar o fogo: “Olha, quando eu trabalhava com brinquedos, a gente descobriu que relançar um mesmo boneco com uma tinta que brilha no escuro garantia uma sobrevida. É uma jogada. Nos quadrinhos dá pra fazer coisas assim o tempo todo… Wolverine vai morrer nos gibis nos próximos meses, mas ninguém acredita mesmo que ele vai continuar morto. Ok, é a natureza da coisa. Mas não em filmes. Uma jogada assim em um filme precisa se sustentar, não dá para resolver no mês seguinte. E o Homem-Aranha, em seu próprio universo, segura a onda sozinho. Você vai ver”.

fonte:cinema.uol.com.br

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