Como você luta contra um inimigo que pode tentar de novo sempre que fracassa? Um inimigo que pode tomar um soco seu e tentar de novo, desviando do golpe que você nem sabia que ia dar. Assim são os “mímicos”, alienígenas que a humanidade enfrenta em “No Limite do Amanhã”.

Baseado no romance de ficção científica e mangá “All You Need is Kill”, de Hiroshi Sakurazaka, “No Limite do Amanhã” traz Tom Cruise no papel de William Cage, assessor de imprensa almofadinha do exército americano que acaba se tornando máquina de matar revivendo (e “remorrendo”) seguidamente uma mesma batalha ao absorver os poderes dos Mímicos.

A premissa lembra muito “O Feitiço do Tempo”, aquele filme que batia cartão na Sessão da Tarde e no qual Bill Murray acordava sempre no mesmo “Dia da Marmota”. Mas “No Limite do Amanhã” faz mais do que copiar essa premissa, ele atualiza esse conceito para o século 21, seguindo uma lógica de ação nos videogames.

Salve e tente de novo

O sucesso de Cage como soldado envolve memorizar quando virar a cabeça, quando atirar para o lado, quando dar um passo para trás e desviar de um avião caindo, etc. É como se Cage tivesse “salvado o jogo” antes de uma fase difícil e tentasse repetidamente, decorando padrões de inimigos, momentos de saltos, caminhos a tomar. E como num game, a morte para Cage é uma mera inconveniência para ter de tentar de novo. Metade da diversão é mesmo ver o personagem covarde de Cruise morrer vez após vez, justo ele que provavelmente venderia a mãe para ficar longe de um campo de batalha.

Se você não quiser dar um nó na sua cabeça, nem tente pensar demais nos paradoxos temporais que o roteiro levanta. Eles envolvem um centro nervoso quântico-orgânico ou algo do tipo que consegue manipular o tempo e ao qual Cage se conecta por acaso. As batalhas em si são frenéticas, em alguns aspectos lembrando a invasão da Normandia de “O Resgate do Soldado Ryan”. Só que com armaduras cyberpunk de combate ao invés de rifles e lulas gigantes assassinas no lugar de nazistas.

O elenco de apoio não faz feio. Emily Blunt vive uma heroína de guerra durona que já teve o mesmo poder de Cage, e foge do esteriótipo da mocinha a ser salva pelo herói. Bill Paxton está excelente no papel de um sargento linha-dura com uma queda por dar discursos, e que se perde perplexo com os poderes de “premonição” de seu recruta que já ouviu seus mesmos diálogos ao absurdo.

O longa também brinca com algumas convenções de filmes de guerra, como o pelotão de recrutas desajustados ao qual Cage se une. “No Limite do Amanhã” faz um bom cinema pipoca que sabe muito bem que é cinema pipoca. O filme vai além do seu artifício de loop de tempo e consegue ser tanto um filme para fãs que querem ver Tom Cruise atuar, como para quem odeia Tom Cruise e quer vê-lo morrer dezenas de vezes.

fonte:cinema.uol.com.br

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